Superclássico pode redefinir história de Kaká, em alta, no Real Madrid

Contratado por 65 milhões de euros pelo Real Madrid na temporada 2009/2010, Kaká nunca conseguiu repetir o sucesso que teve no Milan. O brasileiro foi constantemente prejudicado por lesões nos últimos dois anos e, mesmo quando esteve em melhores condições físicas, não teve uma regularidade. No início desta temporada, a situação do meia-atacante no clube chegou ao pior momento. A esperança de que ele pudesse se superar parecia extinta.

Kaká até começou 2012/2013 integrado normalmente ao elenco e inclusive participou da pré-temporada, mas o nome dele era freqüentemente ligado a uma eventual transferência enquanto o mercado esteve aberto. Paris Saint-Germain, Los Angeles Galaxy, Milan, China e até mesmo o futebol brasileiro foram especulados como possíveis destinos para o camisa 8, que, a cada dia que passava, parecia mais distante da permanência na capital espanhola.

Além disso, o brasileiro ainda passou a enfrentar uma concorrência ainda maior. Isso porque Luka Modric foi contratado junto ao Tottenham, por 30 milhões de euros, naquela que foi a grande investida dos madrilenhos para esta temporada.

Apesar deste cenário e de ser preterido ao longo do início de 2012/2013 pelo técnico José Mourinho, o brasileiro ficou na equipe, causando surpresa. Até porque, o "El País", um dos jornais mais conceituados no mundo, chegou a divulgar que o treinador português estava investindo em um processo de ‘fritura’ do meia, que o mesmo estava fora dos planos

Mesmo o atleta tendo permanecido até o final da janela de transferências, a saída dele parecia algo inevitável e uma questão de tempo.

Passou-se agosto e quase todo o mês de setembro, e a situação era a mesma. Kaká, o melhor do mundo de 2007 e a quarta contratação mais cara da história do Real Madrid, caiu no ostracismo na equipe merengue. Mesmo assim, o camisa 8 não desistiu do sonho de voltar a atuar pelo time.

“É como se eu estivesse reiniciado a carreira 30 anos depois de ter conquistado tudo. Fico pensando: até que ponto esse esforço vale a pena? Podia ir para uma liga menor, menos competitiva. Por enquanto a minha resposta tem sido sim, quero tentar isso (ficar no Real). Minha motivação de treinar é para entrar na lista de convocados. Não quero ser titular do Real Madrid, quero voltar a estar na lista”, afirmara em uma entrevista à "TV Globo", no começo de setembro.

A dedicação e o profissionalismo fariam o jogador ganhar uma oportunidade em 26 de setembro, quarta-feira. Era tudo o que ele precisava. Depois de 46 dias sem participar de uma partida, Kaká iniciou como titular o amistoso contra o Millonarios, da Colômbia. A goleada dos espanhóis por 8 a 0 contou com grande atuação do brasileiro, autor de três gols e alvo de elogios de Casillas e de Mourinho, que acenou com novas chances ao meia. A temporada, enfim, começava para Kaká.
No dia seguinte, Mano Menezes anunciou a convocação do Brasil para os amistosos contra Iraque e Japão e incluiu o nome do meia, que foi chamado pela seleção pela primeira vez em 11 meses. 

A fase de Kaká, então, não parou de melhorar. Três dias depois, no último domingo, o melhor do mundo de 2007 participou de sua primeira partida oficial em 2012/2013, tendo entrado no segundo tempo da goleada sobre o Deportivo La Coruña por 5 a 1. Já na última quarta-feira, o meia começou de titular na partida contra o Ajax, deu uma assistência e teve boa atuação no triunfo por 4 a 1 do Real Madrid pela Champions League.
O desempenho positivo do jogador repercutiu na imprensa espanhola. Em enquete do jornal "Marca", mais de 61,5% dos votos eram favoráveis à titularidade de Kaká no próximo jogo, que é o clássico com o Barcelona. Depois, uma votação do "As" mostrou de 50% preferiam o brasileiro, contra 29% de Özil e 21% de Modric. 
Depois de viver um dos piores momentos no clube, Kaká tem vivido uma nova fase nos últimos nove dias, que poderá ser ratificada no dérbi com o Barcelona. O momento ideal para o brasileiro mostrar que, de fato, “reiniciou a carreira 30 anos depois de ter conquistado tudo.”